UNO May 2016

A transformação digital que começou há 30 anos

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A Transformação Digital tem marcado a agenda nos últimos anos e é muito mais que uma tendência tecnológica, está no centro das estratégias de negócio e aplica-se, de forma transversal, em todas as indústrias e mercados.

Assente em plataformas tecnológicas de terceira geração, esta 4ª revolução industrial representa uma oportunidade para as empresas redefinirem os seus clientes, a experiência que têm com os seus serviços e produtos, e atingirem novos patamares de produtividade empresarial.

Ao abraçarem o desafio da transformação digital, as empresas têm de assumir que a mudança vem de dentro e que têm necessariamente de incorporar novas metodologias: na liderança, nas áreas de operações, nos modelos de trabalho, nos instrumentos de recolha e análise da informação, até à gestão da experiência do consumidor. Só as empresas que assumirem estas várias vertentes da mudança estarão a capitalizar todas as novas oportunidades que têm na era da economia digital.

Em Portugal, na década de 80, surgiu uma empresa com essa premissa

Em Portugal, na década de 80, surgiu uma empresa com essa premissa. Com a missão de contribuir para o bem-estar social, promovendo eficiência nos serviços financeiros e similares, através da disponibilização de soluções tecnológicas e processos que combinem segurança, conveniência e inovação – a SIBS.

A SIBS tem sido pioneira de várias soluções que revolucionaram o dia-a-dia das pessoas e das organizações. A origem está no MULTIBANCO que, no início, visava facilitar a realização de levantamentos. Hoje, disponibiliza mais de 90 operações, a grande maioria inventada pela SIBS, como o carregamento do telemóvel.

Ao longo dos anos, a SIBS liderou uma evolução tecnológica na área dos pagamentos e lançou várias soluções revolucionárias, como o MB NET, que permite (há mais de 15 anos) efetuar compras online sem disponibilizar os dados bancários e com garantias adicionais de segurança, e, mais recentemente, o MB WAY, que permite efetuar compras e transferências imediatas através de um mero smartphone ou tablet e apenas com o número de telemóvel como identificação de pagamento. Ambos 011_1têm apresentado níveis regulares de crescimento – em 2015 existiam aproximadamente 1 milhão de aderentes ao MB NET que fizeram 2,64 milhões de compras; no caso do MB WAY, já conta com mais de 100.000 aderentes.

Para além desta faceta mais conhecida do MULTIBANCO, a SIBS é a responsável pela criação do sistema de pagamentos de Portugal, que é o verdadeiro garante da economia nacional porque todas as entidades, privadas ou públicas, e seus movimentos financeiros, ocorrem sobre a plataforma que desenhou e suporta até hoje, processando mais de 2,7 mil milhões de operações por ano (ou seja, mais de 7 milhões de operações/dia). Mais recentemente, fruto dos desafios europeus, nomeadamente dos que advêm da implementação da Single European Payments Area (SEPA), a SIBS tem disponibilizado serviços que colmatam as desvantagens da menor dimensão relativa das entidades nacionais face ao panorama europeu e internacional, reequilibrando o jogo das instituições portuguesas.

Mas grande parte do sucesso do MULTIBANCO não resulta da inovadora tecnologia do seu sistema, mas sim do modelo de negócio que o garante. A SIBS, à frente do seu tempo, foi capaz de fazer uma inteligente, e praticamente inédita, combinação entre a cooperação (infraestrutura tecnológica única) e a competição (entidades concorrem entre si nas ofertas aos clientes), do qual resultou o modelo “coopetitivo” que tem fomentado a eficiência e a inovação no sistema de pagamentos português.

E este fator é particularmente relevante quando analisamos o que está na base da 4ª revolução industrial e que foi atrás referido – não assumir que apenas a tecnologia será o motor da transformação, mas uma verdadeira capacidade de incorporar os vários elementos da equação da economia digital, que já foram mencionados.

Tal como a SIBS, outras empresas têm trabalhado rumo a uma transformação digital que contribua para uma economia mais eficaz. Prova desse esforço é o mais recente Índice de Digitalidade da Economia e da Sociedade, promovido pela Comissão Europeia, que coloca Portugal como um dos países da União Europeia, que mais acelera rumo à digitalização.

Segundo o referido estudo, Portugal ainda está a meio da tabela da UE no que diz respeito às tecnologias de informação e competências digitais por parte das pessoas, empresas e serviços. Por sua vez, tem um dos serviços públicos online mais avançados (7ª posição) e um desempenho acima da média na digitalização das empresas; no entanto, ainda há um longo caminho a explorar para aproveitar melhor as vantagens oferecidas pela transformação digital.

A SIBS tem sido pioneira de várias soluções que revolucionaram o dia-a-dia das pessoas e das organizações

Veja-se, a este propósito, o IDC Maturity Scape Model & Benchmark, que permite avaliar o nível de maturidade de transformação digital em vários domínios (liderança, experiência omni-canal, informação, modelos operativos e modelos de trabalho) e assim ajudar as empresas a lidar e melhorar a sua performance com os desafios desta transformação.

Na Europa, mais de 80 % das organizações ainda ocupam os 3 primeiros níveis de maturidade e apenas 5 % são “Digital Disrupter”, o nível mais avançado da transformação. Em Portugal, a distribuição é equivalente, destacando-se que 27 % estão no 1º nível “Digital Resister” (+7pp que a distribuição Europeia), donde se pode concluir que é possível realmente melhorar a performance da transformação no tecido empresarial português.

Madalena Cascais Tomé
Presidente da Comissão Executiva (CEO) do Grupo SIBS / Portugal
É Presidente da Comissão Executiva (CEO) do Grupo SIBS desde abril de 2014. Anteriormente desempenhou funções como Diretora de Operações Comerciais da Portugal Telecom. Na Portugal Telecom foi, também, Diretora de Canais Remotos, Online e Novos Canais para o segmento PME. Antes de integrar a PT, assumiu as funções de Chefe de Projeto da McKinsey & Company, com enfoque nas indústrias de Banca, Seguros, Telecom e Distribuição, sendo ainda consultora de referência a nível europeu para Retail Banking e Marketing Estratégico. É licenciada em Matemática Aplicada pelo ISEG, e tem uma Pós-graduação em Estudos de Mercado e CRM pela Universidade Nova de Lisboa. [Portugal]

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